Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 09 de março de 2025 – IBJM
Você precisa escolher em quem você vai acreditar. Como os Gálatas precisam. Mas eles estão confusos.
• De um lado da mesa, estão os adversários de Paulo: homens que se infiltraram nas igrejas dizendo que para Deus perdoar você e receber você no céu, você precisa crer em Cristo mais obedecer a lei de Moisés.
• Do outro lado da mesa, você tem Paulo dizendo que para Deus perdoar você e receber você no céu, você precisa crer em Cristo mais nada.
Duas mensagens de salvação diferentes. Os Gálatas precisam escolher quem está falando a verdade. A fonte que você escolhe acreditar determina como você vive nesse mundo, e, no caso do evangelho, determina também o que vai acontecer com você por toda a eternidade.
Nós não temos judaizantes invadindo a IBJM e dizendo que nós precisamos parar de comer carne de porco e guardar o sábado para sermos salvos. Mas nós também estamos rodeado de vozes diferentes com mensagens diferentes disputando a nossa lealdade.
Você precisa escolher quem você vai seguir. Quem você vai ouvir quando vozes diferentes levam você para direções diferentes?
Quando você precisa tomar decisões no trabalho—seu chefe fala para você mentir, Deus fala para você falar a verdade, quem você irá ouvir? Pessoas a sua volta esperam que você viva de forma imoral, Deus chama você a viver de forma pura, quem você vai ouvir? Quem você vai querer agradar?
Quem você vai seguir: Deus ou o mundo? Deus ou o conselho de amigos contrários à Bíblia? Deus ou os desejos da carne?
Assim como os Gálatas, nós temos mensagens diferentes diante de nós. Talvez você esteja confuso, como os Gálatas estavam—sobre quem ouvir. O que fazer com a sua vida. Em quem você deve acreditar.
Eu quero dizer para você: se Deus é Deus, é a voz dele que você deve ouvir. Ele é a única fonte perfeitamente confiável. Ele sempre fala a verdade. Ele nunca mente.
Toda a passagem gira em torno desse tema: a fonte (a origem) do evangelho de Paulo—o evangelho da Bíblia.
Paulo vai usar a história dele para mostrar que o evangelho que ele prega é o evangelho verdadeiro. Que ele não prega a salvação só pela graça, sem obediência a lei de Moisés, porque ele quer agradar as pessoas.
Ele prega o evangelho da graça porque foi essa a mensagem ele recebeu diretamente de Cristo. A fonte de Paulo é divina—o evangelho dele veio do céu.
Olha como ele começa:
O EVANGELHO VEIO DO CÉU
[11] Mas informo a vocês, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é mensagem humana, [agora ela dá a razão] [12] porque eu não o recebi de ser humano algum, nem me foi ensinado, mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo.
Essa revelação aconteceu quando Paulo estava na estrada para Damasco indo prender e matar cristãos, como nós ouvimos na Leitura Bíblica no culto hoje.
Antes da conversão, Paulo achava que Jesus era um impostor, alguém que se achava o Messias, mas não passava de um enganador. Depois do encontro pessoal que ele teve com Jesus e as escamas dos olhos dele caíram, a pregação dele mudou:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (cf. 1 Coríntios 15:4).
Arrependam-se e se convertam a Deus, praticando obras dignas de arrependimento (cf. Atos 26:20).
A prova de que o evangelho de Paulo é verdadeiro é porque a mensagem que ele prega veio do céu—veio do próprio Deus.
O evangelho não é uma invenção humana. O evangelho é uma revelação divina. Para Paulo, ele recebeu na estrada para Damasco. Hoje, você recebe o mesmo evangelho—não em uma estrada, mas na Escritura. Mas a fonte é a mesma—a autoridade é a mesma: Deus.
Quando alguém proclama o evangelho verdadeiro, a autoridade que a mensagem carrega não é uma autoridade humana. É a mensagem (a palavra) de Deus!
Essa afirmação tem uma enorme implicação para nós: rejeitar o evangelho da Bíblia não é rejeitar uma mensagem humana. Rejeitar o evangelho da Bíblia é rejeitar a Deus.
Agora chegamos no testemunho pré-conversão e pós-conversão de Paulo. Paulo escreveu uma mini-autobiografia. Ele usa a história dele para provar que a origem do evangelho dele é divina, não humana e que nós devemos crer no que ele prega.
Paulo apresenta 3 provas para provar que o evangelho que ele prega veio do céu—veio pessoalmente de Deus:
PRIMEIRA PROVA: PAULO ODIAVA JESUS (VV. 13-14)
Antes da conversão, Paulo tinha tanta raiva dos cristãos e da mensagem deles de que Jesus era o Messias enviado por Deus, que ele se dedicava a prender e matar os discípulos do Senhor Jesus. Ele mesmo conta:
[13] Porque vocês ouviram qual foi, no passado, o meu modo de agir no judaísmo, como, de forma violenta, eu perseguia a igreja de Deus e procurava destruí-la.
[14] E, na minha nação, quanto ao judaísmo, levava vantagem sobre muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições dos meus pais.
PERDEU O LOUVOR HUMANO
Paulo não tinha nenhuma razão humana para deixar de pregar a lei de Moisés e a circuncisão e pregar a salvação só pela fé em Cristo. Dizer que Paulo prega uma mensagem só para agradar as pessoas é um absurdo porque, se ele quisesse agradar as pessoas, ele deveria ter continuado no judaísmo.
Ele levava vantagem sobre muitos da idade dele. Paulo era aquele seminarista que ficava ouvindo dos professores: “Deus vai usar muito você. Você tem muito potencial”.
Paulo ganhava os prêmios de memorização do Antigo Testamento. Medalha de melhor pregador da Lei de Moisés. Troféu de estudante do ano. Ele fazia a oração de abertura do ano letivo. Os rabinos amavam Paulo. Ele vivia cercado de aplausos dos homens.
A acusação dos adversários de Paulo que ele prega o evangelho da graça para agradar pessoas é absurda.
Se ele quisesse a aprovação das pessoas, ele teria continuado onde ele estava, e não ter largado tudo—largado toda a carreira de rabino no judaísmo, perdido o louvor dos homens para ser perseguido por causa de Jesus.
INVERTEU A PAIXÃO
Olha o tamanho da paixão que Paulo tinha pela religião dele antes da conversão. Ele tinha tanto zelo, tanto desejo em defender o que ele achava que era a verdade—ao ponto de estar disposto a matar os oponentes dele.
Como um fã de futebol que não perde um jogo, gasta dinheiro para viajar até para o Japão para ver jogos do seu time, faz dívida, abandona a família, mata torcedores do outro time—por amor ao seu time. Um tipo de paixão que domina completamente o coração. Esse era Paulo na religião.
Ele confessa que ele agia de forma violenta querendo matar os crentes. Na mente dele, ele era um defensor da verdade de Deus. Paulo se via como um novo Profeta Elias matando os falsos profetas de Baal no Monte Carmelo (1 Reis 18). Ele tinha certeza de que estava fazendo o que era certo.
Como explicar uma mudança tão radical na vida dele? Como alguém que quer matar os cristãos se transforma em alguém que agora morre pelos crentes?
Deixe-me ler para vocês a lista coisas que esse homem enfrentou por amor a Jesus e as pessoas que ele queria ver salvas. O que leva alguém a enfrentar tão sofrimento?
2Coríntios 11:23-29—(...) em prisões, muito mais; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas. Uma vez fui apedrejado. Três vezes naufraguei. Fiquei uma noite e um dia boiando em alto mar. Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, ainda pesa sobre mim diariamente a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não fique indignado?
Qual é a explicação para um homem largar toda a sua carreira religiosa—dinheiro, conforto, reconhecimento das pessoas, perspectiva de crescimento, oportunidade para usar seus talentos—pegar tudo, empacotar, jogar tudo no lixo e dizer: “Eu quero Cristo! Agora eu vou pregar só Cristo!”?
A única explicação é Deus. A única explicação razoável é que Jesus realmente apareceu para ele na estrada para Damasco e que ele realmente teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo.
Esse passado de Paulo como perseguidor nos lembra de 2 verdades importantes:
Primeiro, nós somos naturalmente rebeldes.
Não é só Paulo que rejeitava a Cristo. Talvez nós não tenhamos pegado em armas para matar cristãos como os grupos islâmicos estão fazendo agora na Nigéria e no Afeganistão. Mas em nosso coração, nós não tínhamos nenhum interesse em viver para Cristo.
Naturalmente, nós nascemos amando as coisas do mundo e da carne. Surdos para a voz doce de um Salvador que morre por pecadores na cruz. Cegos para a beleza de um Rei que escolhe morrer por aqueles que traíram a ele todos os dias.
O passado de Paulo nos lembra da nossa rebeldia natural. E pensar que o Senhor nos salvou! É muito amor.
Segundo, ser religioso não é a mesma coisa que ser salvo.
Paulo era um religioso perfeito. Mais zeloso, impossível. Ele dedicava a vida inteira para—“o que ele achava”—era a causa de Deus. Mas ele estava tão perdido quanto o Faraó do Egito. Um homem que conhecia a Bíblia sem conhecer o Deus da Bíblia.
É possível alguém ser sincero, ser muito religioso, muito dedicado à igreja, e estar perdido. É possível ser sincero, e estar errado. E não ser salvo.
Esse foi o caso de vários de vocês aqui na igreja. Como nós ouvimos no testemunhos de vocês:
• Você achava que estava agradando a Deus, quando, na verdade, você estava confiando em uma mensagem de salvação pelas obras e não pela graça de Deus;
• Quando você estava confiando na água do seu batismo em vez de confiar só no sangue de Cristo;
• Você estava confiando nas ofertas que você dava em vez de receber de graça o perdão de Cristo pela fé.
Você pode usar o seu passado de incredulidade para louvar a Deus por ter salvado você. Se não fosse a graça de Deus, você estaria até hoje perdido e tentando se salvar e acabar perdido por toda a eternidade.
A segunda prova de que Paulo prega o evangelho verdadeiro—o evangelho que veio de Deus e não de homens, é que Paulo foi mais do que convencido. Ele foi convertido e chamado por Deus da graça.
SEGUNDA PROVA: DEUS SALVOU PAULO (VV. 15-17)
[15] Mas, quando Deus, que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, achou por bem [16] revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, não fui imediatamente consultar outras pessoas, [17] nem fui a Jerusalém para me encontrar com os que já eram apóstolos antes de mim, mas fui para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco.
A única explicação para a conversão de um homem tão convencido de que Jesus era um impostor para agora ver Jesus como Salvador é Deus—a intervenção de Deus.
A história de Paulo é uma grande motivação para você ter esperança. Deus salva os “insalváveis”. Deus muda corações. Deus tem poder para salvar.
Ninguém é duro demais que Deus não possa quebrar para reconstruir.
Ninguém está longe demais que Deus não possa trazer para perto.
Ninguém é frio demais que Deus não possa aquecer com o amor de Cristo.
Ninguém é morto demais que Deus não possa ressuscitar. Ninguém.
Externamente, aos nossos olhos, a situação de cada pessoa pode parecer bem diferente. Mas me diga: salvar uma criança que nasce em um lar cristão é mais fácil para Deus do que salvar um ex-terrorista? Não é. A dificuldade é a mesma: humanamente falando, a dificuldade é infinita. Os dois são completamente incapazes de se salvar—tão incapazes quanto alguém no cemitério se levantar e começa a andar.
Mas o que é impossível para o homem, é possível para Deus.
Esses dias eu estava ouvindo a história de um homem. Ele nasceu em um lar com a família completamente desestruturada em um bairro perigoso. O pai era um homem estúpido e muito violento. Um dia, quando ainda era uma criança, o pai deu um soco no peito dele que deixou uma bola preta por vários dias. A mãe foi parar no hospital por causa das agressões do pai. Os amigos em volta dele eram péssimas influências.
Ele tinha tudo para se tornar um criminoso. Ou um ateu revoltado com a vida. Ou um homem imoral e egoísta. Mas...
Mas, quando Deus, que o separou antes de ele nascer e o chamou pela sua graça...
Ele foi até Cristo e se tornou uma nova criatura. Qual é a explicação? Deus. A graça soberana de Deus que separa, chama e salva.
Esses dias eu estava lembrando a história de uma mulher que eu conheço. O pai dela morreu quando ela era uma criança. A mãe era uma mulher orgulhosa e dura. Ela levava homens para dentro de casa. Ela foi exposta as coisas do mundo muito cedo. Ela tinha tudo para se tornar uma prostituta. Ou uma mulher sem religião. Ou uma feminista radical. Mas...
Mas, quando Deus, que a separou antes de ela nascer e a chamou pela sua graça...
Ela foi até Cristo e se tornou uma nova criatura. Qual é a explicação? Deus. A graça soberana de Deus que separa, chama e salva.
Essa é a sua história também, crente. Os detalhes pessoais podem mudar, mas a Pessoa que salvou você foi a mesma. O evangelho foi o mesmo. O Espírito foi o mesmo. A soberania, o poder, o amor e a graça foram os mesmos. Eles vieram do céu. Eles vieram de Deus.
Você pode não ter visto uma luz forte como o sol quando você estava andando na rua. Mas a luz que você viu foi ainda mais forte. Foi a mesma luz que salvou Paulo.
2Coríntios 4:6—Porque Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo.
Foi uma luz tão forte, tão forte, que ela rompeu a sua cegueira e fez você ver, pela primeira vez, Jesus, o Filho de Deus morto no seu lugar naquela cruz.
Nenhum de nós é um apóstolo. Ou apóstola. Mas os elementos mais importantes da salvação de Paulo estão na sua salvação também. Nós fazemos bem em aproveitar para meditar neles:
Primeiro, Deus separou você antes de você nascer.
[15] Mas, quando Deus, que me separou antes de eu nascer...
Paulo está usando a linguagem dos profetas que foram chamados por Deus. Jeremias. Isaías. Mas essa escolha divina se aplica a todos os salvos. Não existe outra maneira de conta a sua história de salvação, crente.
Você ama a Deus porque Deus amou você primeiro. Ele escolheu você quando você só queria escolher as coisas do mundo e os desejos da carne.
Antes de você nascer, Deus escolheu amar você.
Segundo, Deus chamou você pela graça dele.
[15] Mas, quando Deus, que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça
De novo, a iniciativa foi de Deus. Ele separou você. Ele chamou você. É um chamado pessoal. Paulo fala: “Deus me chamou”. Nós estamos acorrentados ao pecado em um cela de prisão—sujos e fedorentos.
Até que Cristo nos chamou. A Palavra dele é doce como o mel, mas é também forte como o trovão. A voz dele foi tão forte que quebrou as correntes e você foi liberto da cela do pecado e da culpa.
Em um aspecto muito real esse mundo é um grande presídio. Cada ser humano nasce em uma cela de pecado—preso, acorrentado. É o que nós merecemos por causa da nossa rebeldia contra um Rei tão bom.
Porque Deus quis me salvar e não salvar o meu vizinho, isso eu não sei responder.
Porque Deus quis salvar você, meu irmão pecador, e não quis salvar uma outra pessoa da sua família, isso eu não sei. Só Deus sabe.
Uma coisa eu sei: você que foi salvo, você foi chamado pela graça. O que nós realmente merecíamos era ficarmos naquela prisão pelos próximos milhões de anos. A única explicação que eu vejo para ele ter vindo até nós, aberto a porta da cela, nos libertado e ter se trancado na cela esperando o dia da execução na cruz para nos salvar—a única explicação que eu conheço está no versículo 15: me chamou pela graça. Graça.
Deus separa você. Deus chama você.
Terceiro, Deus envia você para falar dele.
[16] revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios
Você não é um apóstolo. Nem apóstola. Mas o Senhor Jesus nos chamou, pessoalmente, a fazer discípulo de todas as nações até que ele volte. Você tem o privilégio, como ex-prisioneiro e agora livre, de contar para aqueles que ainda estão presos como você saiu de lá.
Diga para eles que se eles pedirem para o Rei salvá-los, ele vem. Se eles crerem que o Senhor pode pagar pela dívida do crime deles na cruz, eles serão livres também.
João 8:31-32—Se vocês permanecerem na minha palavra, são verdadeiramente meus discípulos, conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.
Essa é a segunda prova de que a fonte (a origem) do evangelho de Paulo é divina. A origem do evangelho de Paulo é divina porque a origem da salvação de Paulo é divina. Foi a verdade que libertou Paulo, não a mentira, como os adversários dele estão dizendo.
A única explicação para uma transformação tão drástica e tão radical na vida de Paulo (e na nossa) é Deus.
A terceira prova que o evangelho de Paulo (e da Bíblia) vem de Deus e não de algum homem é que:
TERCEIRA PROVA: PAULO NÃO FOI ENSINADO POR OUTROS HOMENS (VV. 18-24)
Paulo quer mostrar que ele praticamente não passou tempo com os apóstolos e outros cristãos—nem antes da conversão nem depois da conversão. Isso prova que a origem (a fonte) do evangelho que Paulo prega não pode ter vindo de uma pessoa.
Paulo divide essa terceira prova em duas parte:
PAULO NÃO FOI ENSINADO POR OUTROS APÓSTOLOS (vv. 18-20)
[18] Passados três anos, fui a Jerusalém para me encontrar com Cefas e fiquei quinze dias com ele. [19] E não vi outro dos apóstolos, a não ser Tiago, o irmão do Senhor.
Paulo teve um contato muito limitado com os apóstolos. Paulo não ficou esperando se encontrar com Pedro para ele explicar mais do evangelho e Paulo saber o que fazer. Paulo não esperou a confirmação de outros apóstolos para poder pregar.
Paulo foi derrubado do cavalo, levantado do chão, carregado até Ananias, desvendado os olhos, convertido a Cristo e enviado para pregar. Ele foi para Jerusalém só 3 anos depois de tudo isso acontecer.
Por que Paulo fala isso? Ele não fala, mas é natural entender que os adversários de Paulo estavam dizendo que Pedro ensinou o evangelho para Paulo, mas Paulo estava distorcendo o evangelho só para agradar os gentios.
O próximo versículo confirma que Paulo está se defendo de uma acusação:
[20] Ora, a respeito do que estou escrevendo a vocês, afirmo diante de Deus que não estou mentindo.
Eu estou dizendo a verdade. Diante de Deus. Não acreditem neles nem o evangelho deles. O evangelho que eu prego é o evangelho que salva—só por causa da graça só por meio da fé só em Cristo.
Se vocês abandonarem o evangelho que eu preguei aí, vocês estão abandonando Cristo.
Crente, não são só os apóstolos que são acusados, perseguidos e atacados. Esse tipo de sofrimento está acontecendo agora em todo o mundo.
LAN NO VIETNÃ
Eu li ontem o testemunho de uma mulher no Vietnã chamada Lan. Ela está sendo perseguida pela família e até pelo próprio marido. Se ele encontrar a Bíblia que ela tem em casa, ele vai jogar fora. Ela lê escondida.
Ele já chegou a estrangular a ele porque ele estava estudando a Bíblia. Ela já foi denunciada e parou na delegacia três vezes. Eles disseram para ela parar de seguir a Cristo, mas ela ignora e continua. Essa perseguição dentro de casa faz essa mulher orar mais e ler a Bíblia mais.
Qual é a explicação para isso? Por que ela não desiste? A explicação é Cristo. Ela entendeu quem ela é. Ela entendeu quem Jesus é. Ela sabe qual é a fonte verdadeira: a Palavra de Deus. Ela sabe que o marido está errado, os policiais no Vietnã estão errados, a verdade está em Cristo. É por isso que ela continua.
Essa mulher viu uma luz mais forte que o sol de meio-dia. A luz que resplandeceu no coração delas e no seu coração, crente.
Existe um custo em seguir um Salvador que foi perseguido. Seja onde você estuda, onde você trabalha, seja dentro da sua casa. Alguns de vocês têm sofrido conflito e perseguição dentro da própria família.
O que você faz você continuar? Por que você não joga tudo para o ar? Porque você sabe que Deus separou você e chamou você pela graça. Você sabe que só ele tem as palavras de vida eterna.
Depois da iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo, a maneira como você vê o mundo muda. A maneira como você vê as pessoas muda. A maneira como você vê a vida muda.
Paulo continua a defesa dele. Ele provou que ele não foi ensinado por Pedro, nem por apóstolo nenhum em Jerusalém, e agora (a partir do versículo 21), nem por cristão nenhum em Jerusalém.
PAULO NÃO FOI ENSINADO POR OUTROS CRISTÃOS (vv. 21-24)
[21] Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. [22] E eu não era conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia, que estão em Cristo. [23] Ouviam somente dizer: “Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que no passado procurava destruir.” [24] E glorificavam a Deus a meu respeito.
As igrejas de Jerusalém nem conheciam Paulo pessoalmente. Eles só ouviram falar da conversão poderosa que ele teve. Isso é prova que ele não passou tempo em Jerusalém sendo ensinado por outros apóstolos ou buscando a confirmação deles.
O evangelho que Paulo pregava não teve origem humana. Ele recebeu do céu—de Cristo, e por isso, rejeitar a mensagem que Paulo pregou é rejeitar o próprio Senhor Jesus.
Essa é a forma de Paulo apelar com eles: “Não façam isso. Esses homens que entrarem aí para perturbar vocês e me atacar são enganadores. Não creiam neles. Não abandonem o meu evangelho—não se submetam a lei de Moisés para serem salvos. Fiquem na mensagem da graça”.
O PODER TRANSFORMADOR DA GRAÇA DE DEUS
[cf. Schreiner, p. 113]
E é verdade que o poder está na mensagem da graça, não no mensageiro. Nós somos vasos de barro. O tesouro está no evangelho. Deus usou uma mula para falar a Balão. Isso nos dá esperança. Ele pode nos usar também.
Mas a Bíblia não separa a nossa proclamação do nosso coração. Veja como Paulo no versículo 20 afirma a integridade dele diante de Deus e dos Gálatas. Eles observaram a vida de Paulo. Eles podia confirmar que Paulo era um pecador, mas um pecador que experimentar o poder transformador do evangelho.
No versículo 24, quando as pessoas viram a transformação na vida de Paulo, eles deram glória a Deus.
Que isso seja verdade de cada um de nós, povo de Deus. Que as pessoas possam olhar para as nossas vidas e possam dar glória a Deus pela transformação que ele fez e está fazendo em nós. Que a graça de Deus seja evidente na sua vida.
Viver uma vida escravizada ao pecado, viver como o mundo, não vai mostrar o poder do evangelho e vai enfraquecer o nosso testemunho.
Dizer que Cristo é maravilhoso e tudo na nossa vida, mas viver exatamente como alguém que não é crente—tira poder do nossa proclamação.
Isso não significa que você precisa ser perfeito para poder evangelizar. Se isso fosse verdade, nem Paulo, nem Pedro, nem apóstolo nenhum, nem homem nenhum, nem mulher nenhuma poderiam pregar. Mas nós podemos reconhecer o que é uma pessoa apaixonada por Cristo e uma pessoa apaixonada pelo mundo.
Se você é uma pessoa em público e outra pessoa no privado, você está se enganando. Não enganando Deus, que vê os corações. Enganando a si próprio. Você precisa ir até o Senhor. Pedir perdão e pedir para ele transformar você com a graça dele.
Como você tem vivido? As pessoas que estão perto de você—na sua casa, na sua família, no seu trabalho—o que elas estão vendo? Alguém apaixonado por Jesus. Ou alguém apaixonado pelas coisas do mundo? Alguém amoroso? Ou alguém irado? Alguém cheio de gratidão? Ou alguém cheio de reclamação?
Como você tem vivido? Como você tem usado o seu dinheiro? Com integridade? Com generosidade? Você sustenta o trabalho na igreja com alegria e generosidade? Ou você vive com medo de não ter o suficiente e sua fé não toca no seu bolso? Você gasta o seu dinheiro como o mundo gasta? Ou como alguém que está contente em Cristo?
Como você tem vivido? Como você tem usado o seu tempo? Você usa boa parte do seu tempo assistindo coisas triviais que não vão edificar você? Você usa horas e horas da sua semana com entretenimento banal—produzido pela Indústria de Diversão da Babilônia — que faz sua alma ficar mais gelada para as coisas espirituais e desejar mais as coisas temporárias desse mundo? Ou você tem visto e lido e ouvido coisas que vão deixar você mais apaixonado por Cristo e com mais desejo de viver para ele e de falar dele para as pessoas a sua volta.
Jesus disse: Mateus 6:21—Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.
Onde está o seu coração? O que você realmente ama? O amor por Jesus produz uma vida para Jesus. A árvore da salvação sempre produz fruto de santificação.
Como alguém falou sobre Richard Sibbes: “O céu esteve nele antes que ele estivesse no céu”. [Pregação Reformada, p. 264].
Que nós possamos carregar esse aroma de vida celestial também por causa do nosso amor por Cristo.
CONCLUSÃO
A história de cada um de nós tem seus detalhes pessoais. Mas a Pessoa que nos salva é sempre a mesma. O evangelho é sempre o mesmo. A graça é sempre a mesma. A graça que separa, chama, salva e transforma você.
Se você está se perguntando: “Como Deus pode me perdoar depois do que eu fiz?”, eu digo: Deus salva os “insalváveis”. Ele não veio para os justos, mas para os pecadores. Mas você precisa olhar para o Salvador certo. O Jesus certo. O Jesus da Bíblia.
Você precisa ouvir a fonte certa: a mensagem da Palavra de Deus. A mensagem do Jesus que morreu em uma cruz para pagar pelo seu pecado “impagável” e que não precisa da nossa ajuda para nos salvar.
Você precisa abrir mão de toda a sua confiança em você e crer que quando ele morreu, não faltou nada para salvar você. Ele já fez tudo.
Assim o evangelho que veio do céu entra em você. E você, como Paulo, nunca mais será a mesma pessoa.
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